segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Um artigo de Aurélio Quintanilha sobre o prestigiado cientista da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, Prof. Doutor Júlio Henriques, aquando do seu 85.º aniversário (17.2.1918).
Júlio Henriques vinha do século XIX liberal, idealista e libertário. No seu tempo de estudante (ei-lo, numa foto de 1860 ainda com a velha volta branca e na frente um arremedo do cabeção que pouco após seria substituído por simples colete) integrou a equipa de estudantes que em dezembro de 1860 fundou a AAC, então com o nome de Clube Académico de Coimbra (CAC) que foi o nome que a união de estudantes da UC teve até 1887, ano em que por força da reforma dos estatutos passou a designar-se Associação Académica de Coimbra. A narrativa da história da AAC lembra, de alguma forma, o que se costuma escrever sobre a história da PJ. Uma confusão entre nascimento e baptismo. A PJ resulta, em 1945, de uma transmutação da PIC. A AAC resultou em 1887 de uma transmutação do CAC. São os próprios membros da equipa de reforma dos estatutos que o reconhecem e escrevem para que não fiquem dúvidas. Quiseram as crónicas posteriores ocultar 26 anos de história de um organismo que entre 1861-1887 teve atos eleitorais, direções eleitas, lema, biblioteca, orquestra, teatro, companhia de teatro e até assinalável património (espólio musical, fundo bibliográfico, obras de pintura...). Em 1989 ainda se encontravam no edifício da AAC retratos de Pombal e de Camões, oriundos do CAC, que foram levados para o Museu Académico para integrar uma exposição, resquício do património do CAC que fora naturalmente integrado na AAC em 1887.
O autor do elogio, Aurélio Quintanilha, que na juventude académica fora um anarquista façanhudo e participara em 1910 na vandalização do paço das escolas, seria saneado pelo regime salazarista.
Fonte: Ilustração Portuguesa n.º 882, de 13.1.1923

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