quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O Santa Cruz dos Estudantes (1918)

Aspecto do primeiro campo da Académica de Coimbra (hoje Académica-OAF) inaugurado em 1918 num lote de terra do Jardim da Sereia ou Jardim do Mosteiro de Santa Cruz, terraplanado para o efeito, e que contou com a módica quantia de 100 contos cedidos pelo governo de Sidónio Pais. Tanto dinheiro cedido ao desporto numa época de grave crise financeira só se pode explicar pelo facto de Sidónio ter sido antigo lente da Faculdade de Matemática e vice-reitor.
Aspecto do campo tal como foi inaugurado e se manteve até à década de 1940, em terra batida, sem bancadas e sem balneários. Era portanto um campo pobre, quando comparado com outros existentes na mesma época e que estão conservados como o do FCP na rua da Constituição. Está muito próximo daquilo que ainda hoje são os campos de futebol de aldeia, um terreiro com balizadas e com vedações de madeira à volta.
A Académica apresenta equipamento masculino à inglesa, botas de couro, meias altas, calções, camisola de mangas compridas e boné (mais tarde desaparecido). Parece já predominar a tendência para o preto e branco (calções pretos, camisola branca). O que não existe ainda é o emblema, trazendo os jogadores um escudo preto com listas a preto e branco cosido na camisola.
A falta de condições não evitou que os jogadores dessem o máximo por amor à camisola, deixando no campo unhas, pele, sangue e suor. O futebol começou a ser jogado pelos estudantes em Coimbra no ano de 1901, precisamente no terreiro da actual Praça da República. Nesses primeiros anos, os adeptos ora jogavam na Praça da República ora na Insua dos Bentos que era um grande terreiro de areão no sítio onde depois de fez o Parque da Cidade. Em fase progressiva de conquista de adeptos, em dezembro de 1911 iniciaram-se os treinos oficiais com vista à constituição de uma equipa permanente de estudantes (Universidade, Liceu, Agrária). A equipa, ainda sem nome, estreou-se no mês de janeiro de 1912. [como se pode constatar, o processo de formação da Académica foi idêntico ao do aparecimento da TAUC, a composição informal ou efémera deu lugar a grupos permanentes]. A Académica seria barbaramente extinta em 1974 e revitalizada com designações como Clube Académico de Coimbra e Académica-OAF. Por vezes confundida com o nome da AAC (remontante a 1861), a Académica é carinhosamente tratada por Briosa, nome que foi buscar à Academia. E nestas curiosas permutas, a Académica também daria à sua casa mãe, a AAC, o emblema.
Nas imagens vemos umas das primeiras lendas da modalidade, o estudante Augusto Fonseca.

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