terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Vista do Monte Brasil e da baía de Angra do Heroísmo. Para as gentes das ilhas de baixo, até à década de 1970 Angra era a rainha da civilização. Lá se ia a negócios e em demanda de serviços especializados de saúde. Paragem obrigatória nos paços do concelho e veneração ao obelisco da memória a D. Pedro IV e aos bravos do liberalismo constitucional. E muito cuidado com a praça Velha à noite pois que andava frequentada de gente duvidosa, dizia-se. O meio de transporte mais utilizado era o barco. Nalgum tempo, os barcos à vela. Nas décadas de 1950-1960 o Carvalho Araújo (ativo entre 1930-1970), o Lima, o Cedros (1954-1970) e o Arnel. Entre os anos de 1960-1980 o Terra Alta, de calado de madeira, que dançava nas ondas, o Ponta Delgada (1962-1984), e os pequenotes Espírito Santo e Santo Amaro (1897-1986).
Não é possível referenciar aqui todos esses barcos que das memórias dos mais avoengos ainda povoaram a nossa infância. Um deles foi o Ribeirense  (1928-1956) de que ouvi contar histórias terríveis de certa viagem de aproximação à costa da Terceira, com pipas soltas a rolar no porão, o barco arrastado contra o Monte Brasil, os passageiros aos gritos de "Sr. Esprito Santo valei-nos", o porto-pipas ali à distância de uma esperança.
Não cabe tudo na memória. Tirei datas e aconselho a leitura da obra bem documentada do falecido Prof. Manuel Gaspar, As boias de correio no mar dos açores. 2 volumes. Ponta Delgada: Núcleo Filatélico O Milhafre, 2000.

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