terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Património académico: costas da abatina pormenorizada no post seguinte, feitio das costas (peça AZ 475 do acervo do Museu Nacional de Etnologia), disponível em http://www.matriznet.ipmuseus.pt/.
A sinalização de peças musealizadas do património vestimentário académico colocou em evidência a dispersão dos acervos por múltiplas entidades custodiais públicas, a flutuação e imprecisão dos usos de taxonomias predefinidas nem sempre apropriadas e, na ausência de um referencial de normalização, o papel supletivo conferido a diversas normas de inventariação em uso. Um dos principais problemas destas normas reside no estabelecimento de supercategorias fixas, oriundas da museografia técnica do período positivista, como "Artes plásticas", "Artes decorativas", "Arqueologia" e "Etnologia". As vulnerabilidades e contradições deste sistema classificatório foram detalhamente analisadas por  Ana Patrícia Soares Lapa Remelgado (Gestão integrada de coleções museológicas. Proposta aplicada aos museus da Câmara Municipal do Porto. Porto: FL/UP, 2008, dissertação de mestrado, pp. 29 a 90, em especial 83-90, disponível em http://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/9142). As normas referenciadas podem consultar-se em http://www.ipmuseus.pt/pt-PT/recursos/publicacoes/edicoes_online/pub_online_normas/ContentDetail.aspx.
O problema da dispersão dos acervos vestimentários nos vários museus públicos, causador de manifestos prejuízos em termos de produção de informação ao cidadão/utente, estudos especializados, visão de conjunto, projetos de restauro, dinamização de projetos, poderia ser facilmente resolvida mantendo nos museus regionais ou locais os acervos diretamente ligados à memória/identidade das comunidades e concentrando todos os outros na instituição central vocacionada para a gestão deste património.

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