Virtual Memories
sábado, 5 de março de 2011
Os cortejos equestres praticados pelas casas reais, casa papal e universidades até inícios do século XIX eram ingratos para a nobreza de toga e para dignitários portadores de hábitos talares. Para se ficar confortavelmente sentado sobre a sela era necessário que as vestes fossem largueironas, pois de contrário prenderiam as pernas e tolheriam os movimentos dos pés nos estribos. Em situações pontuais, o dignitário sentava-se de lado, melhor dizendo, com as duas pernas deitadas para o mesmo lado, posição bastante usual quando desfilavam mulheres. No desfile de lado era conveniente que a cavalgadura avançasse a passo lento ou que fosse conduzida por um escudeiro pelo arreio. Convinha que os cavaleiros sobessem montar pois as mais das vezes levavam nas mãos cruzes, varas, maças, coberturas de cabeça e estandartes.
sexta-feira, 4 de março de 2011
Palafreneiro, parafrenieri pontifici in sala
Libré de seda adamascada dos antigos palafreneiros que conduziam cavalos, mulas e carroças. Com o passar dos séculos passaram a assegurar tarefas palacianas. O chapéu representado na gravura é o bicórnio napoleónico. Traje muito semelhante foi usado pelos transportadores da sedia gestatoria.
De acordo com a informação prestada pela iconografia, as maças de prata da casa papal usadas nos séculos XIX e XX eram de cabo curto, tipo archote. O encurtamento do fuste faz lembrar as maças encomendadas na época de D. José I, na sequência do terramoto de 1755 e da perda das antigas que eram de charolão e grilhão duplo.
quinta-feira, 3 de março de 2011
Traje renascentista masculino de capa e espada, com acrescentos posteriores: gravatão de dois bofes, do século XVII, bicórnio napoleónico e sapatos de fivela estilo império (segundo os peritos em cerimonial, embora os sapatos pretos de couro e fivela de prata sejam considerados de grande gala no Ocidente, de maior e genuina gala eram os sapatos da segunda metade do século XVI ornados de roseta de seda)
Traje civil curto surgido na Europa na década de 1680, como alternativa doméstica ao hábito talar, viria a popularizar-se entre os membros da igreja católica romana e da igreja anglicana. Nessa qualidade, foi bastante usado até à 1.ª Grande Guerra, contexto em que aparece fotografado nos capelães militares.
Viria também a ser consagrado como hábito dos estudantes da Universidade de Coimbra pela reforma indumentária de 1863, e como hábito dos membros do corpo docente desta mesma instituição por decisão de 1915.
Nesta rubrica pretende-se deixar notícia de um importante conjunto de hábitos e uniformes que foram correntemente usados na casa papal e nas casas episcopais até às reformas levadas a cabo pelo Papa Paulo VI em 1969. Alguns são comuns às librés assinaladas nos espaços de governação europeus. De expressiva riqueza estética e simbólica, remontam na sua maior parte aos figurinos de corte do século XVI e documentam a herança europeia pré-napoleónica (cotas, tabardos, capas, talabartes, dalmáticas) e pós-napoleónicas (casacas, grandes uniformes de inspiração militar). A fonte de informação é uma obra oitocentista, "Miscellanea di Costumi della Corte Papale".
Nesta rubrica pretende-se deixar notícia de um importante conjunto de hábitos e uniformes que foram correntemente usados na casa papal e nas casas episcopais até às reformas levadas a cabo pelo Papa Paulo VI em 1969. Alguns são comuns às librés assinaladas nos espaços de governação europeus. De expressiva riqueza estética e simbólica, remontam na sua maior parte aos figurinos de corte do século XVI e documentam a herança europeia pré-napoleónica (cotas, tabardos, capas, talabartes, dalmáticas) e pós-napoleónicas (casacas, grandes uniformes de inspiração militar). A fonte de informação é uma obra oitocentista, "Miscellanea di Costumi della Corte Papale".
domingo, 27 de fevereiro de 2011
Cerimónia de atribuição do grau de doutor honoris causa na Universidade de Antuérpia, em 29 de Abril de 2009, em que foram laureados Jean Fabre e Richard Dawkins.
Momento correspondente ao discurso do reitor.
Fundada em 2003, a Universiteit Antwerpen optou pela adopção de um hábito talar para os membros da equipa reitoral e docentes detentores do grau de doutor. Trata-se de um traje muito despojado e puritano, denunciando alguma influência de vestes talares masculinas do século XV, certamente encomendado a estilista local. Este tipo de soluções, que tem sido experimentadas em Portugal, na Grã-Bretanha (togas para juizes, que geraram incendiada polémica) e noutros países ocidentais, parece revelar algum desconforto estético resultante de não conseguida conciliação entre minimalismo depurado e anatomia. O resultado final é do tipo túnica que parece um "saco de batatas". O colarinho desta toga está próximo de arrastar-nos para um AVC, rivalizando com os sustos que nos pregam hoje em dia os barretes doutorais consagrados nos últimos 15 anos em universidades dos antigos Países de Leste.
Fonte: WWW: http://www.pbase.com/alvarock/richard-dawkins.
Centenário da Universidad Pontificia de Comillas
Mesa de honra constituída no acto solene de abertura do curso de 2008-2009 em que foi comemorado e evocado do o primeiro centenário da fundação desta universidade (1908-2009).
A Universidad Pontificia de Comillas digitalizou e disponibilzou no seu sitio web um importante conjunto de fotografias que documento momentos revelantes da história dos primeiros 100 anos da instituição.
Os cervos fotográficos, iconográficos e museológicos dos estabelecimentos de ensino superior são cada vez mais encarados como instrumentos estratégicos de afirmação da identidade corporativa e de delimitação da oferta diferenciada de serviços num mundo globalizado. Esta nova visão da cultura e do património académico marca uma diferença abissal entre os desafios actuais e as práticas clássicas, à luz das quais os museus, bibliotecas, arquivos e laboratórios das universidades eram meros armazéns de objectos mortos que de vez em quando eram estudados por alguns investigadores.
Fonte: Universidade Pontificia de Comillas/Centenario ICAI/Actos y Celebraciones, WWW: http://www.upcomillas.es/centenario/galeria.aspx.
Influências da simbologia da Universidade de Coimbra na Universidade de São Paulo
Retrato do professor João Pereira Monteiro, que em 1903-1904 foi ditector da Faculdade de Direito de São Paulo, instituição ulteriormente integrada na Universidade de São Paulo, Brasil, remontante a 1827.
O capelo doutoral, de dupla murça, com alamares e rosáceas, tem a sua origem na Universidade de Coimbra. Um modelo próximo do conimbricense foi usado na Universidade de Sevilha, no século XVIII e na primeira metade do século XIX.
Fonte: Faculdade de Direito/Universidade de São Paulo/Galeria dos Diretores, WWW: http://www.direito.usp.br/faculdade/diretores/index_faculdade_diretor_11.php.