quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Nas imagens superiores, um intelectual detestado pelos adeptos do liberalismo libertário: o jovem parlamentar e lente de Cânones Basílio Alberto de Sousa Pinto, mais tarde severo magnífico reitor da Universidade de Coimbra que entre finais da década de 1850 e inícios de 1860 procurou impor medidas disciplinares detestadas pelos estudantes. Sofreu um dos maiores vexames da sua vida em 8 de dezembro de 1862 quando se preparava para discursar na sala dos capelos na cerimónia de entrega dos prémios anuais aos alunos distintos de todas as faculdades. Previamente combinados, os estudantes presentes levantaram-se em peso e abandonaram a sala em sinal de protesto. Os relatos são contraditórios. Há quem diga que patearam e gritaram. Há que diga que sairam em silêncio (o que a ser verdade parece digno de telenovela romântica). O que é certo é que o reitor caiu, acto que se repetira no século XX. Apodado de "paxá de Janina" e de "czar de borla e capelo", Basílio anda acusada na lenda oral de ter querido obrigar os estudantes de 1859 a voltar a usar a antiga loba çarrada, inventona de homens como Teófilo Braga que não consta em nenhum dos editais mandados afixar nos locais de estilo pelo mal amado prelado.
Fonte: O Occidente n.º 111, de 21.1.1882

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