sábado, 12 de novembro de 2011

Festejos do tricentenário de Luís de Camões em Coimbra, 1881. Inauguração do monumento a Camões na alameda junto à Porta Férrea da Universidade com convidados, câmara municipal, professores, estudantes, reitor e Orfeon Académico. O monumento era constituído por um leão de ferro fundido da autoria de António Augusto Gonçalves, um plinto com frases extraídas dos Lusíadas, uma coluna votiva e uma coroa de louros. O monumento entrou de imediato no imaginário conimbricense. No acto inaugural o estudante de Medicina e futuro deputado Eduardo Abreu lançou vivas à liberdade e caiu fulminado pela comoção tendo sido ali assistido e diagnosticado. Nas décadas seguintes, gerações e gerações de caloiros passariam pelo monumento, pedindo-se-lhes criteriosa observação anatómica do leão que na verdade é assexuado. No Estado Novo foi desmontado (depois de lhe ter desabado uma grua em cima, dizem alguns que propositadamente) e levado para dependências municipais. Após 1974 seria remontado junto do Instituto Justiça e Paz (antigo CADC) com a coroa esgalhada, cada ponta para seu lado, o que por si só constitui proeza digna do livro das bizarrarias. Anos mais tarde seria transferido para a Avenida Sá da Bandeira, sempre com a coroa de hastes às avessas.
Fonte: O Occidente n.º 87, de 21.5.1881

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