sábado, 12 de fevereiro de 2011

Prémios Fama na Alma Mater Hispalensis

University Award
Primeiro o cinema, depois a rádio, a televisão e, por último, o mundo do futebol. Eis que chega agora a vez das universidades e dos politécnicos, com as escolas de gestão à cabeça.
Entre as décadas de 1920 e 1960 a indústria de entretenimento de massas rapidamente aprendeu a usar o marketing como instrumento de promoção da imagem corporativa. Afastados os paradigmas religiosos e monárquicos, os empresários das indústrias culturais cedo inventaram cerimónias de premiação interna e externa.
No que concerne ao protocolo e às festas de celebração, o liberalismo republicano dividiu-se em dois "partidos" contraditórios:
a) uma facção ortodoxa e radical defendeu com exemplo de vida o abolicionismo dos actos protocolares, a erradicação dos trajes profissionais e o abandono das festas públicas, condenados como reprováveis actos de exibicionismo, gasto inútil, ócio e lesão à produtividade económica;
b) uma facção capitalista ávida de protagonismo e desejosa de reconhecimento dos triunfos financeiros e sucessos profissionais, que viria a triunfar à escala globalizada após a Queda do Muro de Berlim.
O protocolo festivo e celebrativo adoptado pelas indústrias de entretenimento de massas apresenta estrelas masculinas e femininas, reis da canção, vedetas da televisão e super-heróis do futebol. Cenários de sonho são habilmente combinados com corpos de cortar a respiração, roupas de marca, exibição de jóias e desfiles de ídolos das massas. O desfile na passadeira da fama, outrora reservada aos altos dignitários e membros das casas reais, a fotografia oficial, o autógrafo aos fãs e as saudações às multidões tornaram-se condimentos anualmente esperados e repetidos em festejos de sagração de talentos.
Os prémios destinam-se a coroar talentos, proezas e façanhas. Ao contrário do que acontecia nas antigas cerimónias solenes, os galardões entregues nem sempre são fabricados em metal genuino. O luxo e o requinte dos trajes e adereços não correspondem a códigos corportamentais solenes. Bem ao contrário, as vedetas riem, dizem gracejos, piscam o olho, fazem gestos com os dedos e poses corporais consideradas inadmissíveis no passado. As actrizes e manequins desfilam e fazem-se fotografar com a mão na cintura, pose celebrada no mundo da moda, mas que na cultura aristocrática e popular significava plebeísmo praticado por peixeiras e fadistas.

São cada vez mais as universidades e institutos politécnicos que se apropriam do figurino academy award (óscares), grammy awards, emmy awards, globe awards, golden ball awards, golden shoe awards, Palme d'Or e Golden Bear award com o objectivo de reconhecerem publicamente o talento dos seus investigadores e alunos ou de membros da comunidade e mecenas.
A Universidade de Sevilha aderiu recentemente à moda dos university award, evento cuja implantação é forte nos EUA e em países asiáticos marcados pela globalização económica e empresarial.
Na cerimónia dos Prémios Fama 2010 a hispalense galardoou António Narbona Jimez (categoria Artes e Humanidades), Miguel García Guerrero (categoria Ciências), Jesús Palacios González (categoria Ciências Sociais e Jurídicas) e António Barrero Ripoll (categoria Engenharia e Arquitectura).
Na foto vemos António Narbona, Jesús Palácios e Antonio Ripoll, com o Reitor hispalense, no momento da exibição dos prémios.
Citar: Nunes, A.M. - University award. In: Virtual and memories, 13.2.2011

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