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quarta-feira, 27 de outubro de 2010


Traje tradicional de Alcalde, Navarra. Gravura de 1777, acervo da Fundación FDiáz
Interessante traje civil do século XVII, constituído por calções, sombreiro, plastron à francesa e gibão à "mosqueteiro" com mangas de entretalhos. Não integra mantéu, peça de indumentária obrigatória no caso dos presidentes de câmara portugueses. Este traje popularizou-se tendo sido registado em diversas localidades de Espanha no decurso do século XIX.
Fonte: acervo da Fundación FDiáz


Traje tradicional de aguacil, 1777
Tricórnio preto de feltro, setencista, com mantéu, calções e gibão do século XVII. Trata-se do traje ibérico de grande oficial que se usou nas universidade, câmaras municipais e tribunais.
Acervo da Fundación FDiáz


Estudiante manteísta/Estudante de loba e mantéu talar com sombreiro à francesa
Gravura de Manuel de la Cruz, 1777, acervo da Fundación FDiáz


Estudiante de la Universidad/Estudante Universitário
Gravura da autoria de José Rivelles, 1825. Indumentária civil com bicórnio francês.
Fonte: acervo de grabados da Fundación Joaquín Diáz, http://www.funjdiaz.net/grab1.cfm?pagina=8

domingo, 24 de outubro de 2010


Estudiantes [del Liceu] de Évora, 1948
Estudantes do Liceu de Évora com capa talar, batina e gorro no centro histórico da cidade de Évora. Quadro do pintor granadino José María López Mesquita (1883-1954).


Presidente do Município de Torrente/Alcalde de Torrente, Espanha
Retrato por José María López Mesquita, em traje tradicional composto por calça comprida, cinta, jaqueta, chapéu de feltro, capote (capa espanhola) e vara

Librés, ropones e opas


Charameleiros ou tocadores da charanga do Corpus Christi
Lisboa, Junho de 1907


Foliões com o costume sobrevivente na Ilha de São Miguel, Açores


Folia das festas populares do Divino Espírito Santo, Ilha de São Miguel, Açores
Postal ilustrado circulado entre 1911 e 1914. Os foliões vestem opa ou libré de chita vermelha e mitra, costume remontante pelo menos ao século XVI. A influência das librés de gala das confrarias, irmandades e oficiais das casas episcopais e reitorais é bem evidente.

Hermandad de la Hiniesta
Pertiguero com libré (ropon), medalhão e vara de prata
Fonte: http://laguabiayeltas.us/DomingodeRamos/Hermandades/Hiniesta/hiniesta-C.htm.


Marcha da Hermandad del Stmo. Cristo, Basílica Pontificia de San Miguel. Ao centro o pertiguero com libré de veludo, medalhão e vara


Costas da libré e remate posterior do grande colar de prata
Hermandad de la Cena


O pertiguero da Hermandad de la Cena
Aspecto do medalhão de prata e do remate da vara de ébano, sendo esta idêntica às usadas nos parlamentos do Canadá e da Austrália


Libré do pertiguero da Hermandad del Cautivo de San Pablo


Pertiguero da irmandade de la Custodia


Pertiguero da imandade do Paso del Niño Jesús
Libré em brocado com galões dourados


O pertiguero da Hermandade de Genoveva com libré e vara de prata/Sevilha


Pertiguero da Catedral de Ávila, Espanha, com libré adamascada (ropon), colarinho de canudos à século XVI e vara de prata
Quadro da autoria do pintor granadino José María López Mesquita (décadas de 1930-1940)
Em Espanha, os mordomos ou juízes das confrarias e irmandades que regiam o cerimonial e vigiavam o arranjo das ruas onde passavam as procissões e mantinham a ordem durante o giro dos andores eram conhecidos por pertigueros. Envergavam uma libré renascentista (ropon), em veludo vermelho ou em seda adamascada com galões dourados. Traziam a cabeça coberta com mitra, costume que ainda se mantém nos foliões do Divino Espírito Santo da Ilha de São Miguel, Açores, ou com sombreiro redondo forrado de tecido. Em Portugal, no período da Guerra Peninsular, a mitra e o sombreiro foram substituídos pelo bicórnio de cartão forrado de tecido, costume que se usou nas charangas da Procissão do Corpus Christi e na Sé de Braga.
Como símbolo da sua autoridade e prestígio, os pertigueros, mordomos e juizes traziam alçada na mão direita uma alta vara de prata ou em madeira pintada. Na Andaluzia, as confrarias e irmandades rivalizavam na ostentação de varas de prata preenchidas com ornatos barrocos, tradição artística que ainda hoje se pode observar. Este tipo de librés ou roupões também foi usado em Itália e na Ilha de Malta, mas foi na Pensínsula Ibérica que adquiriu grande esplendor nos actos públicos solenes. O seu uso foi extensivo aos oficiais das universidades, casas reais e catedrais. Os novos uniformes postos na ordem do dia pela corte imperial de Napoleão Bonaparte, em especial as casacas de abas de grilo e os bicórnios de crista de galo, fizeram parecer antiquadas as antigas librés, substituindo-as no curso de oitocentos. Em Portugal é duvidoso que se consigam assinalar exemplares dignos de estudo. Apenas conheço dois, o do maceiro da Sé de Braga e o da Confraria da Rainha Santa Isabel (Coimbra). Da mesma família, a libré dos charameleiros da Universidade de Coimbra caíu no esquecimento.