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sábado, 1 de maio de 2010

Diana, Museus do Vaticano
Alguns estudiosos de arte colocam a hipótese de a Lua ter sido acrescentada no Renascimento

Artemisa, Museus do Vaticano


Diana com aljava, flechas e corso, Palácio de Versalhes


Artemisa puxada por parelha de cavalos selvagens
Vaso cerâmico, Museu do Louvre

Artemisa caçadora
Vaso da colecção do Museum of Fine Arts, Boston


Artemisa como "potnia theron", ou senhora dos animais
Vaso grego da colecção do Hermitage


Artemisa, figuração grega arcaica, inspirada pela arte sacra egípcia.
Neste vaso do Museu Arqueológico de Florença, Artemisa é uma caçadora alada que segura animais selvagens (corso e pantera).
Filha de Zeus e de Latona, Artemisa ou Diana (Roma) era a deusa da caça, dos animais domésticos e selvagens e dos partos. Envergava habitualmente uma túnica e era identificada pelo porte de aljava, arco e flecha. Podia ter o penteado ornamentado com uma Lua. Na arte grega, Artemisa aparece numa biga puxada por cavalos selvagens.
Ramos do saber que representa: Zoologia, morfologia animal, Ecologia, "história natural"
Atributos: arco e flecha de prata, oferecidos por Zeus e forjados por seu irmão Hefesto
Plantas associadas: artemísia ou absinto
Animais associados: parelha de cavalos selvagens, corso e urso, dois cães de fila

A funcheira, planta associada a Hefesto

O cão, outro dos animais de Hefesto


O grou, outro animal associado a Hefesto


O burro, um dos animais associados a Hefesto/Vulcano

sexta-feira, 30 de abril de 2010


Urania e Clio
Tela de Simon Vouet (1590-1649), realizada em 1634, Nacional Gallery of Art, Washington

Figuração ingénua de Urania


Urania
Escultura romana copiada de outra grega, Roma, Museus do Vaticano




Urania (relevo de um sarcófago romano, Museu do Louvre)
Musa que representa a Astronomia e a Matemática. A mitologia hesita entre considerá-la filha de Zeus ou de Urano. Tradicionalmente Urania é figurada como uma graciosa alegoria feminina, envergando vestes compridas. As suas roupas reflectem o azul da abóbada celeste, podendo ser em azul e branco. Traz a fronte ornada com um diadema de estrelas, motivo que por vezes ocorre nas vestes. Tem na mão ou junto aos pés um globo, livros espalhados pelo chão, e na outra mão um grande compasso.
Foi às representações de Urania, popularizadas na arte ocidental desde o Renascimento, que o Marquês de Pombal foi buscar a ideia do azul-claro e branco para a Faculdade Matemática instituída em 1772. Anteriormente, as disciplinas de Aritmética, de Astronomia e de Geometria eram leccionadas no âmbito do quadrivium na Faculdade de Artes Liberais. Embora confundida com a alegoria de Urania, a Astromonia era representada desde a Idade Média por uma mulher ostentando na mão um telescópio primitivo. Também feminina, os atributos da Geometria eram um compasso e uma régua de grandes dimensões. A Aritmética costumava trazer nas mãos um ábaco em forma de corda sulcada de contas.


Vulcano

Vulcano, ébrio, apoiado por um sátiro


Vulcano na sua oficina, vaso grego


Hephaestus ou Vulcanus, deus greco-romano filho de Júpiter
Conhecido por coxear, Vulcano era representado como um ferreiro na forja a preparar elmos, espadas, grevas, o capacetes, escudos ou os raios de Júpiter. Divindade do fogo e dos metais, trazia a cabeça ornada de louros e nas mãos um malho de ferro e uma tenaz. Nos vasos cerâmicos gregos tanto aparece montado num burro como a ser transportado numa biga alada.
Ramos do saber que simboliza: Geologia, Vulcanologia, Tecnologia, Metalurgia
Atributos: malho de ferreiro e tenaz
Planta sagrada: foeniculum vulgare (funcheira do Mediterrâneo), planta a um tempo medicinal, gastronómica e usada como archote no acto do transporte do fogo sagrado
Animais sagrados associados: cão grego que guardava a entrada do seu próprio templo; burro grego em cujo lombo era figurado; dois grous, animais usados para ornamentar a sua biga (cauda, asas, cabeças)

terça-feira, 27 de abril de 2010


Zamora, pormenor do capelo e capuz da capa alistana
Usança velha nos rituais fúnebres ibéricos, o capuz é deitado pela cabeça. O mesmo acontecia em Portugal nos actos fúnebres soleníssimos, a começar pelas misericórdias cujos irmãos cobriam as cabeças com os capuzes dos balandraus. Já que se fala em velhas usanças, andaremos longe da verdade se quisermos ver nos gigantescos e desabados chapeirões das mulheres de Ovar e de Aveiro sobreviências dos chapéus de "nojo çarrado"?

Zamora, o esplendor de uma peça de indumentária de raizes medievais usada em casamentos, funerais e cerimónias fúnebres


Zamora, a capa alistana usada por membros de uma confraria durante a Semana Santa


Zamora, exemplar da capa alistana em contexto de promoção turística
A utilização de peças de indumentária como instrumentos de promoção turística tem forte impacto visual, ajuda a promover os produtos locais, reforça a identidade e estimula a imaginação.
Na década de 1980 vimos exemplares do capote e capelo expostos em lojas comerciais da cidade de Ponta Delgada e mais recentemente notámos capotes alentejanos (versão adulta e infantil) em lojas de Vila Viçosa.


Zamora, capa tradicional de Aliste ou capa alistana em burel pardo com capelo e capuz.
Patenteia enormes semelhanças com a capa de honras de Miranda do Douro, apesar da confecção menos elaborada.
Exemplar da colecção do Museo del Traje (Madrid), disponível em http://museodeltraje.mcu.es/index.jsp?id=47&ruta=4,17,47&reference=MTO5132

segunda-feira, 26 de abril de 2010


Equipa feminina de basketeball do Connecticut Agricultural College (actual Univ. of Connecticut), 1902. O distintivo da equipa é uma enorma letra de tecido recortada e pregada na camisola.
Conforme se pode aduzir pela visualização dos motivos adoptados em emblemas e pines por estudantes da Itália, França, Bélgica, Espanha e Portugal, a origem mais próxima deste costume parece radicar em distintivos militares e desportivos que os estudantes começaram a generalizar após a Grande Guerra de 1914-1918. Outra influência plausível poderá vir da arte sacra católica onde os santos e beatos eram figurados com determinados atributos (ex: a visão, Santa Luzia com os olhos numa taça).
Os referidos distintivos não seguem as normas heraldísticas nem estão minimamente em conformidade com a emblematística das universidades históricas onde existiam alegorias greco-latinas das faculdades e a partir dos respectivos atributos se minimizavam emblemas. Claro que uma coisa é a norma proposta pelas elites, outra coisa são as vivências. E aqui, se formos espreitar iluminuras medievais e pórticos de catedrais, logo veremos o quanto os saberes e as artes liberais cediam ao imaginário folclórico.


Univ. de Chicago, equipa feminina de baseball, fotografia tirada em 1902
Com interesse, o equipamento desportivo (camisola e saia-balão). O emblema da equipa, ainda muito rudimentar, segue o exemplo adoptado desde 1872 pelas equipas masculinas de futebol britânico: letras pintadas ou cosidas no peito da camisola.