quinta-feira, 22 de julho de 2010


Carteiros junto do posto dos correios do Terreiro do Paço, Lisboa, com sacos de couro e uniforme constituído por sapatos de couro, calças compridas, colete, paletot e kepi.
As empresas capitalistas do liberalismo clássico afirmaram a sua identidade corporativa junto das populações através do uso sistemático de uniformes de inspiração militar. Não bastava dizer que se era sério, honesto e digno de confiança. Era necessário mostrá-lo através de um "exército" ou de uma "legião" de empregados convenientemente fardados e dispostos a seduzir e fidelizar clientes. Se os exércitos inspiravam confiança, capacidade de liderança, disciplina, sentido de organização, então os agentes comerciais e industriais não tinham mais que imitar a sua imagem de sucesso. Um pouco por todo o lado, nas ditaduras e nas democracias, nos hoteis, combóios, transatlânticos a vapor, redes de carros eléctricos, colégios de ensino privado, estancias termais, casinos, prisões, casas de correcção de menores, asilos de mendicidade, estações de correio, bandas filarmónicas, o uniforme paramilitar de linhas simplificadas triunfa e identifica os organismos prestadores de serviços e as instituições vocacionadas para a exploração dos mercados.
Fonte: I. P., n.º 271, de 1 de Maio de 1911

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