terça-feira, 20 de julho de 2010


António José de Almeida dirige-se à carruagem que o conduzirá ao combóio
Um pormenor curioso nesta fotografia captada em 19 de Outubro de 1910 na Via Latina: o pequeno uniforme do corpo de archeiros tal como chegou aos dias da República. Sabe-se muito bem como era o feitio desse trajo usado no exercício das funções de policiamento intra e extra-muros, em conformidade com as disposições do Regulamento da Polícia Académica de 25 de Novembro de 1839. A cobrir a cabeça uma barretina redonda com galão e tope de seda azul e branco. Envolvendo ombros, braços, costas e ventre, um casacão de lã castanha, embainhado pelo joelho, colarinho azul, abotoadura assertoada com fileira de botões metálicos, sendo estes ornados com as armas reais, e corte posterior no feitio do redingote. Apertava este casacão com um cinturão de couro preto que ajustava na frente com fivelão de latão amarelo. Dele pendia a inseparável espada. As calças compridas eram talhdas na mesma humilde saragoça castanha, não constando que tivessem vivos nas costuras exteriores.
Quanto às funções de policiamento extra-muros, a Carta de Lei de 30 de Abril de 1878, determinou no seu artigo 3.º que as mesmas fossem doravante exercidas pela Polícia Civil, corporação que nesse ano foi estabelecida na cidade de Coimbra com manifesto desagrado dos estudantes que apesar de passarem a vida a dizer mal dos archeiros sempre preferiam a conivência destes à disciplina dos outros.
Fonte: I. P., n.º 245, de 31 de Outubro de 1910

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