domingo, 9 de maio de 2010

Uma imagem clássica dos alunos do ensino primário nos anos áureos da III República francesa
O pequeno escolar com sapatos de couro, meias brancas altas, calções, bibe, boina preta e pasta de couro.
Neste postal ilustrado de inícios do século XX fica patente o contraste entre o mundo rural, os bairros pobres citadinos e a imagem que o governo central pretendia transmitir e consolidar. Uma percentagem elevada da população escolar andava descalça, não tinha dinheiro para comprar o uniforme nem para encher a lancheira das crianças.
Entre a segunda metade do século XIX e o primeiro quartel do século XX as elites burguesas não ocultam o seu fascínio pelas fardas à marujinho e à policiazinho, com que se passam a vestir as turmas de crianças dos orfanatos, asilos de mendicidade, creches e escolas de primeiras letras. No mundo anglo-saxónico e japonês a farda escolar afirma-se e conquista prestígio. Nas escolas públicas da Europa continental, o Estado acaba por prescindir da exigência do porte de uniforme. Já os colégios privados ocidentais farão gala em assumir uma imagem de solidez pedagógica e austeridade disciplinar através da exigência de uniformes.

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