domingo, 2 de maio de 2010


Hermes/Mercúrio
Divindade do panteão greco-romano, filho de Zeus e de Maia. Foi considerado um deus agro-pastoril, tendo conquistado campos de abrangência como a ginástica e os ginásios, os caminhos e encruzilhadas, os transportes, os ladrões habilidosos, a transmissão de mensagens, o comércio e a eloquência. Competia-lhe assegurar a condução das almas no mundo inferior, para tanto iluminando o submundo com o caduceu cintilante e pagando a Caronte o óbulo para que a barca atravessasse o Estígio em direcção aos portões do Hades.
Na Grécia era representado como um homem adulto, barbado, envergando túnica, chapéu rural de abas, sandálias aladas de tamareira e mirtilo, bolsinha de teres e haveres e rabdos (bastão) ou kerykeion (caduceu). Nas estátuas romanas é figurado preferencialmente nu, com chapéu alado, sandálias e caduceu.
Ramos do saber: patrono da Faculdade de Economia, cursos de Economia, comércio, contabilidade, gestão
Plantas associadas: mirtilo, tamareira, medronheiro
Animais associados: bode ou carneiro (funções agro-pastoris), galo (vigilância e zelo no trabalho e nos negócios; luta e esforço físico), duas serpentes (tréguas ou paz)
Atributos: sandálias aladas (rapidez na decisão e execução), chapéu alado, bolsa de valores (negócios), caduceu.
Os atributos de Hermes/Mercúrio não costumam ocorrer na iconografia académica coimbrã, não propriamente por desconhecimento da mitologia clássica mas porque quando se fundou a Faculdade de Economia na década de 1970 os seus alunos importaram a iconografia que se encontrava consagrada desde a década de 1950 na Faculdade de Economia da Universidade do Porto. O elemento figurativo mais bizarro desta replicação é o cifrão ($), que após 2001 passou a euro (€), que parece constituir um non sense na cultura académica conimbricense. Só assim não seria se o € remetesse para a bolsinha dos valores de Mercúrio ou para a moeda que era obrigação pagar-se a Caronte. Provado que esta ligação inexiste, de onde vem então a ideia do $? Até prova em contrário, quem inventou este "emblema" foi o primeiro curso da FEUP, em plena década de 1950, inspirado nos álbuns do Tio Patinhas. O Uncle Sroog é um boneco de origem escocesa, criado em 1947 por Carl Blarks. No segundo álbum da série Patinhas, editado em 1948, com o título Foxy Relation, o Tio Patinhas aparece referenciado como o pato mais rico do mundo. A metáfora rapidamente foi apropriada pela indústria de entretenimento dos EUA que passou a assimilar a imagem do multimilionário Patinhas à economia americana em expansão no após Segunda Guerra Mundial. Mesmo que esta justificação tenha outras nuances, fotografias de alunos da FEUP mostram o emblema e gigantescos bonecos do Patinhos em carros da Queima das Fitas. Para os norte-americanos, o caduceu de Mercúrio simboliza desde a Primeira Guerra Mundial a "Medicina", confusão que os europeus consideram bárbara e os americanos assumem com enorme descontracção.

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