quinta-feira, 25 de março de 2010


Um caso de sobrevivência: convocation dress ou convocation habit, isto é, a loba dos doutores que seria alvo de virulentas campanhas na Coimbra da primeira metade do século XIX.
Era chamada "loba" porque se confeccionava com cerca de 11 metros de pano, o bastante para fazer a veste interna, dita sotaina, e a sobreveste, dita chamarra. Nesta variante oxfordiana a manga é tubular, fendida para a saída dos braços, comportando um ornato de ombros. A chamarra é aberta na frente, com um pregueado cosido a um cós aplicado na zona das omoplatas. Na Coimbra do século XVIII havia quem chamasse "abatina" a esta veste, por conta das grandes abas dianteiras da chamarra, designação errada, pois a "abatina" era uma veste talar de um só corpo que veio a derivar na moderna batina do clero romano. O termo "loba" é curioso e significa, por semelhança das lobas que comiam muitos cordeiros, que os alfaiates consumiam muita vara de pano nas duas vestiduras. A versão conimbricense era inteiramente preta, ou castanha escura, apresentando a veste interna mangas de boca de sino à francesa e mangas afuniladas nos punhos, com uma carcela que ia do punho ao cotovelo. A loba de manga afunilada foi a derradeira a ser confeccionada nas alfaiatarias de Coimbra, aí pela década de 1850, e já só para membros do corpo docente.

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