segunda-feira, 29 de março de 2010


Regatta entre Oxford e Cambridge, 1873
Um dos acontecimentos desportivos de renome mundial associado à imagem de marca dos estudantes de Oxford é a competição fluvial com a equipa de Cambridge que tem lugar nas águas do Tamisa.
O torneio começou a ser realizado em 10.06.1829 e ainda no século XIX alastrou ao Canadá e aos EUA. A regata académica tem vindo a ser replicada na Suécia (Uppsala) e na Austrália.
Na segunda metade do século XIX as universidades da Grã-Bretanha e EUA estavam apetrechadas com ginásios que faziam corar de inveja e vergonha os estabelecimentos de ensino portugueses. Os docentes da Faculdade de Ciências da UC, entre eles Teixeira Bastos, mostraram-se muito bem informados sobre os ginásios, modalidades e equipamentos desportivos existentes nas universidades dos EUA.
A reforma universitária de 1911 tentou implantar em Lisboa e Coimbra escolas de educação física, sem sucesso. Em conferências proferidas por 1919, o próprio Teixeira Bastos defendeu que a Associação Académica alargasse a sua oferta de modalidades desportivas de modo a disponibilizar mais do que a prática do futebol.
Em 1911 o reitor Manuel de Arriaga fez esforços para fomentar a prática do ténis. No século XIX havia bastantes estudantes a praticar em Coimbra modalidades desportivas que abrangiam o jogo do pau, esgrima, levantamento de pesos e outras modalidades gímnicas. Nas memórias estudantis do tempo há um engraçado relato sobre a gabarolice de um estudantes detentor de músculos de aço que se exibia perante dos colegas e os desafiava a darem-lhe beliscões. Um dia, um beliscador ferrou-lhe a unha com tal gana que o mister músculos ficou com um feio hematoma e ainda por cima teve de morder a língua para não gritar com as dores.
Ao contrário das universidades norte-americanas que na década de 1890 já tinham equipas femininas de hóquei e de basquetebol, Coimbra manteve as suas alunas excluídas da vida associativa extra-curricular. Curiosamente foi nas camisolas dos atletas universitários ingleses e norte-americanos que surgiram os primitivos emblemas pintados e bordados que se pensa que germinaram nas capas dos tunos espanhóis. As fotografias de época são bastante elucidativas a este respeito. Em 1872 aparecem as primeiras camisolas de futebol amador inglês, cujas equipas se distinguem pelas cores adoptadas (football shirts). Uma fotografia de 1872 mostra a Scotland Team com emblemas rudimentares aplicados no peito das camisolas. Os primitivos emblemas desportivos consistiriam predominantemente em letras pintadas, mas rapidamente derivaram para distintivos inscritos no interior de bolas desportivas.
À semelhança dos futebolistas amadores, as equipas de estudantes inglesas e americanas exibem desde os alvores da década de 1890 emblemas cosidos no peito das respectivas camisolas. A Académica, equipa de futebol amador da Associação Académica de Coimbra, fará o mesmo a partir de 1928-1929, emblema que depois passaria a ser usado como símbolo da própria associação de estudantes e pelos estudantes que na década de 1930 o começaram a coser no interior das suas capas.
Sendo o primeiro emblema dos universitários conimbricenses, o célebre losango da AAC não foi o primeiro emblema usado na Universidade. Muito antes, em 1772, os doutores de Matemática começaram a usar nos respetivos capelos o emblema da sua ciência.
Se não usavam emblemas pintados ou bordados, então o que exibiam os tunos de oitocentos e inícios do século XX? Fitas de cetim multicolores na extremidade do braço dos seus instrumentos de corda e laçarotes de tipo comunhão solene no ombro ou no braço da batina.
Se não cometo erro, parece que a Tuna do Liceu de Évora ainda usa o velho laçarote verde. Não deveria a TAUC reabilitá-lo?

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