sábado, 30 de janeiro de 2010

Exibição do diploma. A crescente afirmação da comunicação social, a importância atribuída à mediatização e o prestígio de cerimónias de entrega de prémios a actores cinematográficos e atletas levou algumas universidades a enfatizar o momento da entrega do diploma ao laureado, mesmo quando a tradição cerimonialística realizava separadamente o acto de investidura e o momento da entrega da carta. Por exemplo, em Coimbra as cartas de curso não eram entregues no acto de investidura, sendo levantadas ulteriormente nos respectivos serviços administrativos. E uma vez levantadas, o que se exibia e tinha efectivo impacto no imaginário português era o invólucro de latão, conhecedo na gíria por "canudo". Ainda hoje assim é para as cartas de licenciado e mestre, cujas formalidades de chancelaria se atrasam significamente em relação aos dias de realização dos actos de formatura, actos esses que continuam a ser meros procedimentos administrativos.
O que é facto é que na actualidade a maior parte das universidades norte-americanas, inglesas e italianas simulam entregar o diploma na hora, distribuindo papeis enrolados numa fita. Claro está que estes diplomas estão em branco, vendo-se logo pelo tipo de papel e fitilho barato que não podem ser documentos autênticos, sendo utilizados apenas para efeitos da realização de fotografias e filmagens. Na cultura académica conimbricense, voltar-se para o público no fim da cerimónia e exibir o diploma seria considerado um barbarismo e um acto de extrema grosseria. Resta saber até que ponto esta moda internacional da exibição de diplomas no final de actos académicos não reflecte o mediatismo de certos concursos televisivos cujos concorrentes vencedores exibem ruidosamente chaves de viaturas e cheques do tamanho de cartolinas.

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