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domingo, 4 de janeiro de 2009

Costumes escolares norte-americanos

Aluno da escola de agricultura da Vírginia
Uniforme de cadete, constituído por sapatos de couro preto, calça comprida branca, casaco azul escuro e kepi, conforme modelo adoptado em 1897 pelos alunos do Virginia Agricultural and Mechanical College and Polytechine Institut, EUA.
Segue-se de perto o paradigma francês, segundo o qual as escolas técnicas de ensino médio e os institutos politécnicos envergavam fardas de tipo militar, numa aproximação aos regulamentos internos e organização das academias militares e escolas de cadetes. A única excepção conhecida era consubstanciada pelo modelo "farm school" ou escolas práticas de agricultura, cujos alunos envergavam boné de pala, camiseiro de ganga e calças compridas, solução que teve acolhimento nas escolas agrícolas portuguesas e nas quintas de internamento de menores a cargo do Estado. Até finais da Segunda Guerra Mundial, os uniformes escolares e os das instituições civis baseadas na organização militar gozaram de enorme prestígio, mobilizando funcionários de hotéis, empregados de companhias de aviação e transportes marítimos de luxo, carteiros, padeiros, maquinistas e carregadores de caminhos de ferro, para apenas citar algumas profissões.


Desportos em Harvard
Regata e baseball em Harvard no ano de 1867.


Equipa de Princeton
A equipa escolar de baseball de Princepton em 1891. Enquanto nas universidades alemães, suiças e austríacas a actividade física masculina mais conceituada era a esgrima, apoiada em equipamentos militares, na Grã-Bretanha e nos EUA, as universidades fomentaram práticas desportivas mais democráticas, ligadas ao remo, ao baseball e ao rugby. O desenvolvimento dos desportos escolares anglo-saxónicos incentivou a emergência de vestuário desportivo e funcional, baseado no recurso a cores claras, botinas, meias altas à escocês, calções, camisolas, blusas e bonés de pala. Caminho idêntico foi trilhado pelas primeiras formações futebolísticas amadoras. Daí que, no abrir do século XIX, em Portugal, as tácticas desportivas, o nome e posição dos jogadores, e os equipamentos desportivos fossem em língua inglesa.


Competição entre Harvard e Yale
A regata académica entre as universidades de Harvard e Yale é um clássico do desporto norte-americano que replica a competição iniciada entre Oxford e Cambridge no rio Tamisa no ano de 1829. Ao longo do século XIX foram criados inúmeros clubes de remo em universidades da Grã-Bretanha e dos EUA, com derivas na Europa Continental e na Austrália. O clássico Harvard/Yale debutou em 1867, sendo a imagem supra alusiva à competição travada em 26 de Junho de 1891.
Os alunos da Universidade de Coimbra não se mostraram adeptos da modalidade, tendo aproveitado o Rio Mondego para banhos estivais, simulação de paradas navais (Centenário da Sebenta: 1899) e afamadas serenatas fluviais festivas de conclusão de cursos e festejos pontuais (serenata da Queima das Fitas: 1905).
Ao nível da cultura popular ficariam igualmente famosas as serenatas fluviais integradas nos festejos da Rainha Santa Isabel, realizadas entre 1892-1936, que tiveram derivados no Rio Leça e no Rio Lima. Relativamente às festividades da Senhora da Agonia, por aquilo que conseguimos apurar, as chamadas serenatas fluviais da década de 1890 não eram propriamente serenatas musicais como as realizadas no Rio Mondego e na Baía de Nápoles, mas belíssimos espectáculos de lançamento de fogo de artifício lançados a partir de barcos ancorados no meio no Lima.


Ida às aulas
Cena galante da Belle Époque, mostra alunos de Harvard a caminho das aulas, devidamente togados e acompanhados por figuras femininas, no ano escolar de 1893.



Ginásio

Classe de ginástica escolar noPratt Gymnasium do Amherst College, EUA, 1885, com acompanhamento de piano.