sexta-feira, 28 de agosto de 2009


Saios de batinas
Quatro variantes usadas no corte do feitio da batina em uso no mundo romano e anglicano, sendo o modelo C mais comum nos seguidores do catolicismo. A batina romana não é a única peça do hábito talar religioso católico, sendo admitidas versões territoriais como a ambrosiana de Milão, a grega e russa. Contrariamente à vox populi, a antiga "batina" dos docentes e estudantes de Coimbra não correspondia a nenhum destes modelos de um corpo.
O facto de a partir da década de 1840 se ter divulgado na gíria académica a expressão "capa e batina" (que vinha substituir a designação "mantéu e loba"), não significa que a generalidade dos estudantes e dos lentes tinha passado a usar batina romana. Na verdade, quem usava batina romana eram os lentes eclesiásticos que leccionavam cadeiras em Teologia e Direito, os alunos da Faculdade de Teologia e o sacristão da Capela da UC. De resto, a batina romana era traje escolar generalizado e obrigatório no vizinho Seminário de Coimbra.
A opção pelo uso da batina romana de um corpo na UC após a Revolução de 1820 não foi em momento algum fruto de imposição do governo central nem da Reitoria. Os alunos organizados em grupos pró-activos é que adoptaram clandestinamente a batina romana, e numa fase posterior a casaca civil preta. Nos sucessivos e infrutíferos editais regulamentadores, a Reitoria fala sempre em "loba e mantéu" ou mais genericamente em "hábito talar". Evidentemente que não poderia falar na batina romana como sinónimo de traje académico, numa universidade onde todos os hábitos religiosos seculares e regulares eram considerados traje académico (ainda hoje o são), atitude que significaria colocar a batina romana em situação de privilégio perante os hábitos monásticos.

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