sábado, 25 de julho de 2009


Mulheres com capote
Nesta gravura de 1836, possivelmente registada em Lisboa, o autor pormenoriza "usual female attire in Portugal". Ou seja, na década de 1830 os capotes, mantéus e mantilhas continuavam a ser os trajes mais expressivos usados pelas mulheres das cidades, vilas e aldeias para deslocações aos mercados, feiras, procissões, baptizados, casamentos, funerais e romarias.
Na Lisboa do primeiro terço do século XIX, o tapa-tudo mais apreciado pelas mulheres do povo e da burguesia foi um capote comprido servido de mangas que se deitava sobre a roupa, conhecido por "josezinho".
O modelo de capote aqui desenhado, com romeira em torno dos ombros, foi usado em quase todo o Portugal oitocentista, inclusivé por homens, em preto, castanho e azul-escuro. Valerá a pena lembrar que existia uma capa eclesiástica de inverno de feitio idêntico? A completar, o indispensável lenço branco, fixado sobre um alto pente de tartaruga. Estamos ainda em fase anterior ao advento dos xailes e o capote com lenço eram a alternativa mais comum ao mantéu e à mantilha, a última conhecida e criticada por exibir sobre os ombros das portadoras avantajados capelos, biocos e cocas armadas com barbas de baleia.

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