quinta-feira, 18 de dezembro de 2008


Cortejo dos estudantes de Paris
Ilustração do "Le Petit Journal", de 4 de Abril de 1897, relativa ao cortejo carnavalesco dos estudantes de Paris. Na década de 1890, o corso carnavalesco académico popularizou-se em França e Portugal, tornando-se uma prática querida dos estudantes liceais, das escolas de artes e ofícios, dos politécnicos e das universidades.
Na Universidade de Friburgo havia uma festividade instituída pelo menos desde 1842. Em Portugal, a década de 1890 assiste ao nascimento dos cortejos carnavalescos na Escola Politécnica de Lisboa, na Academia Politécnica do Porto e em vários liceus. Nalgumas situações tratou-se de adoptar as novas tendências carnavalescas traduzidas nos cortejos alegóricos à base de carruagens floridas e galantes batalhas de flores (lançamento de flores, bolas de cera e jactos de seringas), costume que teve grande acolhimento entre os estudantes de Coimbra. Noutros, a festa carnavalesca arcaica, de raizes medievais (charivari, enterro, queima, serração, julgamento), passou a conviver com os aportamentos do carnaval em processo de modernização. Estão neste caso a Queima das Fitas dos alunos do 4º ano da Universidade de Coimbra, que radicando nos charivaris medievais, acolhe os contributos trazidos pelo carnaval burguês e aristocrático de finais do século XIX, bem como os vários enterros que os liceais passam a realizar desde a década de 1890, que mais não são do que uma apropriação das tradições rurais da Queima do Judas, do Julgamento do Bacalhau e da Serração da Velha. A única festividade académica portuguesa que não se enquadra nos modelos referidos, em termos de calendário e de programa, é as Nicolinas de Guimarães, associada ao antiquíssimo ritual decembrista do São Nicolau dos estudantes.

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