quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Carnaval estudantil
Corso alegórico ou "mi-carème" dos estudantes de Paris numa litografia de 1893 (Museo Internacional del Estudiante). As paradas burlescas, o travestismo, a inversão momentanea da ordem e das hierarquias, o julgamento do tempo, a incineração, a inumação no solo ou na água, a embriaguês, a leitura de testamentos satíricos, a coroação de alegorias, a barulheira frenética, o desfile de despojos, eram elementos característicos dos rituais de passagem associados à gestão do tempo cíclico nas comunidades tradicionais.
Os elementos referidos, sob a forma de charivaris e carnavais, eram praticados por populares e estudantes, tanto nas aldeias como nas cidades de Portugal, Espanha, Itália, Brasil ou Bélgica. Daí que, no caso de Coimbra, a prudência aconselhe a não se arriscar nenhuma data segura para a origem da prática da Queima das Fitas em Coimbra. E quem a quiser apontar estará apenas a fantasiar. Com diversos nomes (=soiças, charivari do ponto, caçoada do ponto, festa do ponto, latadas, festa das latas, queima das fitas), a Queima das Fitas era até aos inícios do século XX apenas mais um dos charivaris da cidade e do município: o dos estudantes passou a chamar-se Queima das Fitas, o dos populares citadinos da Baixa era a Queima do Judas, o dos povoados limítrofes Enterro do Bacalhau.

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