sábado, 15 de setembro de 2007


Santo Ovídio "Doutor"
Inesperada e notável, eis uma graciosa figurinha de Santo Ovídio em madeira estofada e policromada, de factura setecentista, existente na Igreja do Colégio da Esperança, à Cidade do Porto.
O protector popular das maleitas de ouvidos é apresentado como um sapiente Doutor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. A capa talar acha-se omissa no conjunto indumentário, o capelo doutoral de romeira dupla está apenas esboçado, o barrete mantém a velha feição de kamalikava ortodoxa sem borla nem franjados, mas a loba talar de dois corpos é de excepcional correcção. Julgo não existir em Portugal figuração mais minuciosa da sobreposição sotaina+chamarra ou garnacha despojada de mangas

2 Comentários:

Blogger Unknown disse...

Estando representado como Doutor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, o capelo não deveria ser amarelo e não deveria apresentar borla da mesma cor no barrete?

28 de março de 2018 às 13:55  
Blogger Unknown disse...

Tanto quanto sei, existem mais dois casos de esculturas de Santo Ovídio representado como Doutores pela Universidade de Coimbra: na Igreja Matriz de Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia, sendo o capelo (tal como o resto das vestes) castanho, de murça única e sem alamares, e o barrete não tendo borla alguma, e na Igreja do Convento de S. João Novo, estando aqui representado como Doutor pela Faculdade de Direito, pois o capelo (não sei se de dupla murça ou apenas de uma), com alamares, parece-me ser vermelho e o barrete parece apresentar borla desta cor. Em ambos os caos acha-se omissa a capa talar.
De resto, grande parte das esculturas de Santo Ovídio presentes no nosso país, nos casos que não o representam como bispo de Braga representam-no em hábito talar de estudante de Coimbra, com sotaina, chamarra e barrete (mas sempre sem mantéu). Aparentemente, a justificação para ser representado com vestes talares é por, segundo a lenda, Santo Ovídio ter sido contemporâneo dos apóstolos e vivido em Roma (o que é dito no "Agiologio Lusitano"), o que não me convence.

28 de março de 2018 às 14:08  

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